Foto: Arquivo Pessoal

No domingo (05), um motorista do transporte público de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, veio a óbito por complicações da covid-19, após 20 dias internado.

De acordo com a família, Lincoln Robson Dezenciol, de 46 anos, era do grupo de risco, devido a diabetes e trombose. Mesmo assim, a empresa não afastou Lincoln de suas atividades.

O motorista apresentou sintomas e foi diagnosticado com a doença. Em seguida, foi internado no Hospital do Rocio, em Campo Largo, também na Grande Curitiba.

A Auto Viação São José, empresa para quem o motorista trabalhava, lamentou a morte e disse ter acompanhado o caso desde o início, mantendo contato com o setor médico, colaborador e familiares.

Lincoln era morador de São José dos Pinhais e trabalhava na empresa há mais de 15 anos, fazendo a linha “bairro a bairro”. Ele deixa a esposa e uma filha.

A irmã do motorista, Janaína Dezenciol, disse que a empresa acabou expondo o irmão ao risco, mesmo ele mantendo todos os cuidados de prevenção. A função de Lincoln também era realizar a cobrança de passagens.

“O descaso é total. Ele pegou o coronavírus trabalhando. Ele sempre teve a preocupação, por ser paciente de risco, sempre falava que a empresa não estava nem aí para afastar os funcionários que têm risco. A única coisa que a empresa fornecia era álcool gel”, disse.

O corpo do motorista foi sepultado nesta segunda-feira (6).

O Sindimoc informou que esta é a terceira morte de funcionário do transporte público por coronavírus em Curitiba e Região Metropolitana.

A Auto Viação São José disse que desde 16 de abril, o motorista trabalhava em redução de jornada de 50% e que, desde maio, exercia a função somente no sistema urbano de São José dos Pinhais.

A empresa declarou ainda que, em 19 de junho, após passar mal, Lincoln fez o teste para coronavírus em UPA e teve resultado negativo. Ele foi liberado para ficar em casa, em isolamento. Já em 24 de junho, após falta de ar, o motorista fez um novo teste com resultado positivo.

Os Dois funcionários que trabalharam com o motorista estão sendo acompanhados, sem apresentar qualquer sintoma, segundo a empresa.

Fonte: G1

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