Em reunião remota da Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta segunda-feira (6), a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, apresentou o plano de contingência no enfrentamento ao coronavírus na capital.
“Precisamos agir, mais do que nunca. Estamos subindo a montanha”, afirmou ela, sobre o pico de casos da pandemia. “Nossa previsão, e nossos planejamentos têm se confirmado, do ponto de vista de planejamento das ações, [é que] nós vamos começar esta semana a ter problemas em Curitiba. Até então a gente tinha uma situação confortável.”
“A pandemia, na nossa previsão, vai até agosto. O mundo inteiro trabalha no achatamento da curva. Quanto mais a gente achatar, menos pessoas por dia [vão adoecer]”, acrescentou.
“Nós estamos vivendo um momento totalmente diverso de qualquer epidemia que a gente já tenha enfrentado”, afirmou ela, em relação à H1N1 e à zika, por exemplo. “A covid-19 abalou o mundo. Todos os sistemas do mundo estão buscando. Não há evidências robustas do que funciona e não funciona. E nós estamos construindo o caminho ao enfrentar a pandemia. Há muita cogitação, há muita especulação, muitos desenhos de cenários, mas nós não sabemos.”
Segundo Márcia Huçulak, a mobilização da SMS começou após o primeiro alerta da OMS, em 3 de janeiro. Primeiramente, com reuniões, treinamento dos profissionais de emergência e urgência e compra de insumos e equipamentos. Em relação ao plano de contingência implementado pela pasta, afirmou que Curitiba passa, esta semana, à terceira fase, em que há “persistência da transmissão do novo coronavírus e a gente entra em nível de emergência”.
“É uma doença que tem a transmissão muito fácil. E 80% dos casos serão casos leves, brandos, com quadros muito parecidos com uma gripe”, continuou.
Ela alertou ao risco em especial aos idosos e pessoas com comorbidades, como diabetes e hipertensão, e à importância do isolamento domiciliar.
“O que a ciência tem nos mostrado é o isolamento domiciliar por 14 dias [de pessoas com sintomas leves, monitoradas por telefone por profissionais da pasta]. O call center nos ajuda nisso.”
Márcia Huçulak negou haver a falta de EPIs aos profissionais de saúde da cidade.
“Não temos limitação nenhuma, orçamentária e financeira. Nosso prefeito abriu todo o orçamento”, declarou. A dificuldade para a compra de máscaras e outros equipamentos, defendeu, “é mundial”. “Estamos repondo”, disse.
“A população começou a comprar [máscaras] para uso pessoal e a faltar para nós. Isso foi um problema no país, no mundo. E se tiver em casa, em caixa lacrada, por favor entregue em um hospital, em um serviço de saúde”, pediu.
Segundo ela, o consumo diário de máscaras no SUS municipal passou de cerca de 5 mil para 200 mil.
“Eram 90 frascos de álcool em gel por dia. Agora são 700”, completou.
Dentre outras medidas adotadas pelo Município, a titular da SMS destacou o decreto 407/2020, que autoriza a requisição de produtos e serviços de assistência hospitalares, como leitos, equipamentos e medicamentos, necessários ao enfrentamento do novo coronavírus.
“Curitiba não tem mais diferença entre leito SUS e não SUS. É uma coisa só.”
Segundo ela, todos os serviços estão integrados e a capital hoje conta com 5.620 leitos hospitalares, sendo 760 leitos de UTI, número que pode ser ampliado.
Fonte: Câmara Municipal de Curitiba
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